quarta-feira, 15 de setembro de 2010


O Pássaro Azul – Livro de Artista
Ana Maria Bettini

Neste trabalho procurei articular signos e figuras reconhecíveis.
O céu azul significa sinal de bom tempo, quando o céu encontra-se nestas condições há uma sensação de que tudo está transcorrendo tranquilamente em contrapartida com um céu nublado.
Quando alguém diz figurativamente que "tudo está azul" é porque não há infortúnios naquele momento, pois a própria cor transmite esta idéia.
O Pássaro Azul é considerado o pássaro da sorte e da felicidade em diversas culturas, mencionado em filmes e em canções. Em um destes filmes cujo nome é exatamente "O Pássaro Azul" e que remete a uma peça teatral de 1908 escrita por Maurice Maeterlinck estreou no cinema em sua versão original de 1940, estrelado por Shirley Temple e conta a história de dois heróis que são enviados pela fada Bérylune para encontrar o Pássaro Azul quando retornam de mãos vazias notam que ele estava em uma gaiola em sua própria casa. O pássaro é dado como presente a um vizinho que está doente, porém ele voa para longe e nunca mais volta. Esta história sugere que a felicidade pode estar mais perto do que pensamos e que também ela é fugaz e passageira.
O Livro de Artista Pássaro Azul inicia com um céu azul e um pássaro negro voando sob este céu, o pássaro é um Urubu que aos poucos transforma-se em um Pássaro Azul. Segundo a revista Super Interessante da editora Abril o Urubu é uma ave brasileira símbolo de mau agouro.
“A palavra urubu, que marca profundamente a cultura brasileira, vem de uru-bu, que significa galinha preta em tupi-guarani. Na cosmologia tupinambá, há uma divindade, "o senhor dos urubus", encarregada de receber as almas dos mortos que chegam aos céus. No Maranhão, a tribo dos Urubu-caapor tem a mais apurada arte plumária indígena do Brasil. Aqui, o urubu substituiu o corvo europeu nas fábulas como as de La Fontaine.” http://super.abril.com.br/superarquivo/1996/conteudo_35370.shtml
Neste trabalho, portanto eu tento trazer as duas possibilidades sorte e azar como situações passageiras.

terça-feira, 6 de julho de 2010


Estou trabalhando muito agora, depois do curso de Designer Gráfico no Senac, vendo muito a revista Computer Arts e outras do genero, são muitas referências, tanto do designer como das artes (se é que deveriamos separar) não tem como não mudar. Ir para o computador está virando uma "cachaça", não consigo deixar de fazer isto. Gostaria apenas que alguém visse tudo e gostasse e se encantasse tanto quanto eu.

Também tem o trabalho de conclusão em Artes Plásticas, ênfase em pintura (segunda graduação) que não termino nunca, estou tentando fazer conecções entre o sensível da pintura e o atrativo do computador, pintura na tela em tecido e na tela do computador.

Quem pinta sabe, tem a textura, o cheiro, a cor é diferente, tem vento, umidade, a tela, o pingo que cai no chão, lavar os pincéis e as mãos.

Quem está no computador não sabe, apenas pensa na camada, no recorte, na forma, na composição.

Terminar uma tela de 1,65 por 2,50 é um alívio para a alma e para o corpo. Uma satisfação quando se chega maios ou menos onde se quer, as vezes além do que se imaginava.

Terminar um trabalho no computador é querer continuar para ver no que pode dar, salvar com outro nome e fazer algo diferente. Eu acabo me obrigando a dar por terminado é a Ana Maria adulta dizendo para a criança que não consegue parar de desenhar que já está bom e que se quiser deveria fazer outro.

Quem vive isto pode me dizer o que é? Sem comparações, sem dizer o que é bom ou mau pois para mim isto não existe. Estou tentando concatenar o mouse e o pincel, descobrir semelhanças, diferenças sem pensar muito nas vantagens e desvantagens, pois não quero falar de produção em série, como uma fábrica de imagens, mas sim de sentimentos transferidos em traços em manchas, em pinceladas em degradês totalmente controláveis do computador e daquele tão imprevisível quanto o realizado sobre a tela de tecido preparado em dia úmido, a tinta escorre,pinga e cai.

Na tela de tecido a mente pensa e a mão tenta obedecer.

Na tela do computador a mente e a mão parecem estar mais próximas, porém ao final de um trabalho se sabe que tudo é ilusão, que de início eu não pensava que iria ficar exatamente assim. O trabalho vai se construindo a medida que um traço se conecta ao outro como um milagre.

Seria o mundo do computador o ideal? O mais previsível? Qual seria mais interessante?

Se eu disser que é a tela de tecido porque não saio mais do computador?

Acho que mesmo em dimensões tão diferentes ambos se conectam através dos meus braços.

É como se eu estivesse apaixonada por dois ao mesmo tempo, e ainda bem que não tenho que escolher entre eles. Eles não brigam, apenas solicitam minha atenção, me chamam quando olho para eles.

Gostaria que mais pessoas embarcassem comigo nesta viagem, quem mais usa as tintas e o mouse? Por favor comentem.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Artista-Designer ou Designer-Artista
"A arte é inútil" - Frase que me deixou decepcionada e intrigada por um bom tempo durante o curso de Artes Visuais na UFRGS, mas que foi muito útil e que é até hoje.
Esta arte foi elaborada para a página de um calendário.
(mês de março - Ana Maria Bettini)
ténica mista, finalizada no computador.

O artista não se importa muito com a utilidade mas sim com a intenção, muitas vezes bastante particular, já o designer vê as necessidades do produto, analisa o cliente e o perfil do seu público ele cria algo útil para aquele que o deseja.

Seja o design na forma ou na textura, segue-se a função. Por isso se criou tantos recursos e estudos que analisam mais de perto a cor, a forma e a textura como elementos que tem o intuito de ser mais agradável e prático. (Veja Bauhaus e Black Montain College)

O mito de Ícaro lembra o artista que quer se libertar das exigências do público e que portanto, faz o que se quer o que lhe agrada, ele inventa e reinventa métodos de trabalho para chegar a um objetivo particular, inicialmente, na maioria das vezes nem mesmo sabe como alcançar seu objetivo (objetivo também nem sempre tão claro).

Podemos dizer que o processo de trabalho já seria arte em si, o trabalho do artista mesmo antes de sua conclusão já seria arte.

A partir do momento que se segue uma série de procedimentos, muitas vezes pré-existentes, já notado por artistas inclusive os da modernidade, para se chegar a um objetivo podemos dizer então que este profissional seria o designer, esta diferença nem sempre isto é muito fácil de se entender.
Hoje cada vez mais eu vejo estas duas funções muito imbricadas, em sua forma de criação, diferindo apenas quando se fala de mercado, de obra como produto e no que se fala como função, pois Arte é inútil, e espero que assim continue sendo.