terça-feira, 6 de julho de 2010


Estou trabalhando muito agora, depois do curso de Designer Gráfico no Senac, vendo muito a revista Computer Arts e outras do genero, são muitas referências, tanto do designer como das artes (se é que deveriamos separar) não tem como não mudar. Ir para o computador está virando uma "cachaça", não consigo deixar de fazer isto. Gostaria apenas que alguém visse tudo e gostasse e se encantasse tanto quanto eu.

Também tem o trabalho de conclusão em Artes Plásticas, ênfase em pintura (segunda graduação) que não termino nunca, estou tentando fazer conecções entre o sensível da pintura e o atrativo do computador, pintura na tela em tecido e na tela do computador.

Quem pinta sabe, tem a textura, o cheiro, a cor é diferente, tem vento, umidade, a tela, o pingo que cai no chão, lavar os pincéis e as mãos.

Quem está no computador não sabe, apenas pensa na camada, no recorte, na forma, na composição.

Terminar uma tela de 1,65 por 2,50 é um alívio para a alma e para o corpo. Uma satisfação quando se chega maios ou menos onde se quer, as vezes além do que se imaginava.

Terminar um trabalho no computador é querer continuar para ver no que pode dar, salvar com outro nome e fazer algo diferente. Eu acabo me obrigando a dar por terminado é a Ana Maria adulta dizendo para a criança que não consegue parar de desenhar que já está bom e que se quiser deveria fazer outro.

Quem vive isto pode me dizer o que é? Sem comparações, sem dizer o que é bom ou mau pois para mim isto não existe. Estou tentando concatenar o mouse e o pincel, descobrir semelhanças, diferenças sem pensar muito nas vantagens e desvantagens, pois não quero falar de produção em série, como uma fábrica de imagens, mas sim de sentimentos transferidos em traços em manchas, em pinceladas em degradês totalmente controláveis do computador e daquele tão imprevisível quanto o realizado sobre a tela de tecido preparado em dia úmido, a tinta escorre,pinga e cai.

Na tela de tecido a mente pensa e a mão tenta obedecer.

Na tela do computador a mente e a mão parecem estar mais próximas, porém ao final de um trabalho se sabe que tudo é ilusão, que de início eu não pensava que iria ficar exatamente assim. O trabalho vai se construindo a medida que um traço se conecta ao outro como um milagre.

Seria o mundo do computador o ideal? O mais previsível? Qual seria mais interessante?

Se eu disser que é a tela de tecido porque não saio mais do computador?

Acho que mesmo em dimensões tão diferentes ambos se conectam através dos meus braços.

É como se eu estivesse apaixonada por dois ao mesmo tempo, e ainda bem que não tenho que escolher entre eles. Eles não brigam, apenas solicitam minha atenção, me chamam quando olho para eles.

Gostaria que mais pessoas embarcassem comigo nesta viagem, quem mais usa as tintas e o mouse? Por favor comentem.

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